Função descritiva da auditoria na avaliação do controle interno e o modelo COSO.

Resumo

A auditoria, como um processo sistemático de avaliação da eficácia dos controles internos sob estruturas como o COSO, enfrenta uma crescente demanda por relatórios que transcendam a verificação formal e incorporem análises qualitativas do ambiente de controle. Para demonstrar a necessidade e a eficácia da incorporação de funções descritivas e abordagens qualitativas na auditoria de controle interno sob a estrutura do COSO, este estudo documental descritivo-analítico examinou relatórios de auditoria e casos emblemáticos por meio de categorização baseada nos 5 componentes e 17 princípios, triangulando metodologias qualitativas com análise normativa. Os resultados mostram que, embora o COSO exija integridade entre estrutura e contexto, a prática de auditoria prioriza listas de verificação binárias, omitindo fatores como cultura organizacional ou pressões hierárquicas. Por exemplo, na Volkswagen, os controles técnicos existiam, mas o monitoramento ignorava discrepâncias entre os testes de laboratório e as operações reais; no Wells Fargo, os códigos de ética falharam em prevenir fraudes sistêmicas devido a objetivos de negócios tóxicos que não foram auditados qualitativamente. Conclui-se que a auditoria deve adotar ferramentas descritivas para capturar lacunas entre o desenho formal e a implementação real, transformando relatórios em diagnósticos estratégicos que identifiquem não apenas o que falhou, mas também como e por quê. Isso requer o equilíbrio da estrutura do COSO com julgamento profissional e técnicas etnográficas, garantindo que a avaliação do controle interno seja tão dinâmica e complexa quanto as organizações que audita.